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Prefeitura ajuda famílias a reconstruir suas vidas depois de incêndio

Vila Goiabeira, bairro da Cremação. O lugar virou cenário de destruição. Oito famílias perderam tudo em um incêndio: o teto, móveis, roupas, mantimentos e animais de estimação. Foram três os cães que não conseguiram escapar da tragédia. Era noite de sábado, 13 deste mês de fevereiro, quando um homem em um surto de ciúmes da companheira, decidiu incendiar não somente a sua casa, mas também a de seus vizinhos.

“Foi tudo muito rápido. Ouvi a discussão entre o casal e minutos depois, o fogo começou a destruir tudo. Meu filho só teve tempo de correr carregando nosso botijão de gás para não haver uma explosão e pegar nossos documentos. Arrastei minhas filhas que já estavam dormindo e escapamos da morte”, relata Márcia Diniz, 43 anos, doméstica, desempregada há 7 anos.

Márcia e suas filhas entraram em prantos porque acharam que a cadela da família, a pequena Pretinha, de 7 meses, não havia conseguido escapar da tragédia. Mas para surpresa, Pretinha foi encontrada no único lugar onde poderia se esconder das chamas: embaixo de uma mesa de mármore. “Quando ela me viu fez a maior festa, pulando e me lambendo toda. Foi um milagre ela ter sobrevivido”, comemora Márcia.

Como Márcia não tem família em Belém, apenas irmãs no Rio de Janeiro e Maranhão, ela está em uma casa cedida por uma vizinha, às proximidades da vila onde ocorreu o incêndio. Com Márcia, estão seus 3 filhos, nora e netinho. Na casa emprestada como abrigo, estão mais duas famílias vitimadas pela tragédia. Lá também funciona o ponto de apoio e recolhimento de doações por parte da população.

A campanha de doação foi iniciada pela Defesa Civil de Belém, através de redes sociais. Mas, o local oficial das doações é na sede da Defesa Civil, localizada na Avenida Pedro Miranda, esquina com a Travessa Pirajá, 2º andar. Outro posto de coleta para ajudar as famílias atingidas pelo incêndio é a Comunidade Nossa Senhora das Graças, localizada na Passagem Francisco Lobato, 140, entre Fernando Guilhon e Caripunas, bairro da Cremação.

Foram 18 famílias atingidas pelo incêndio, sendo que oito delas tiveram perda total do imóvel. Duas foram com perdas parciais, mas ambas as casas não tiveram as estruturas abaladas e as famílias continuam no local.

Esperança reconstruída

Logo após a tragédia, começou a ser formada uma rede de apoio. Na mesma noite, a Defesa Civil de Belém esteve no local e conversou com as famílias, garantindo providências para que as famílias possam refazer suas vidas.

Na terça-feira, 16, o prefeito Edmilson Rodrigues também compareceu ao local do sinistro, acompanhado dos dirigentes da Defesa Civil de Belém e a Fundação Papa João XXIII (Funpapa).

Através da Funpapa, cada uma das oito famílias que tiveram perda total do imóvel irá receber R$ 3 mil, referentes a seis meses de Auxílio Aluguel. “Graças a essa ajuda, nós vamos poder respirar. Foi tudo muito rápido e só tenho a agradecer ao prefeito. Já estou até procurando uma casinha por aqui por perto para recomeçar e ficar perto dos meus vizinhos que nos ajudaram”, afirma Darcirene Monteiro, outra vítima do sinistro, mãe de 3 filhos. Por enquanto, ela tem que se abrigar na casa da sogra, às proximidades.

“Fomos muito bem atendidos, levaram a gente aonde tínhamos que ir para providenciarmos os nossos documentos. O acolhimento foi imediato, agradecemos a Prefeitura”, destaca Márcia Diniz.

“Essa situação foi bem atípica. Não foi algo que aconteceu por falta de manutenção ou irresponsabilidade de alguém. Foi algo provocado, que teve dolo, o que fragilizou ainda mais essas famílias. Assim, esse atendimento de forma imediata trouxe o acolhimento. É a constatação de que o poder público esteve presente e que essas famílias vão poder refazer suas vidas”, pontua a coordenadora da Defesa Civil de Belém, Christiane Ferreira.

Do início deste ano até 15 de fevereiro, o órgão marcou presença no atendimento a 28 incêndios em Belém, sendo 14 com perda total, e 14 com perda parcial.

A rede de acolhimento após o incêndio na Cremação trouxe a integração entre a Prefeitura e órgãos do Governo do Estado, como a Companhia de Habitação do Pará ( Cohab), e a Secretaria de Estado de Assistência Social, Trabalho, Emprego e Renda ( Seaster).
Deste modo, Márcia, Darcirene, Pretinha e todos os que foram atingidos pelo incêndio têm um ponto de partida para recomeçar.

Texto:
Syanne Neno